Multicampeã no karatê, lafaietense Renata Borba conta sua trajetória vitoriosa

Multicampeã no karatê, a lafaietense Renata Borba revela a sua trajetória vitoriosa recheada de persistência, treinamento e acima de tudo, vontade de vencer. Atualmente, a atleta é um dos grandes nomes do karatê brasileiro com reconhecimento internacional.

Renata Borba é um dos grandes nomes do karatê brasileiro.

Ao longo de sua carreira foi campeã brasileira, mineira, paulista, sul-americana e mundial, entre várias outras competições. Quando não foi campeã, Renata esteve no pódio entre as primeiras colocações.

Qual é a maior satisfação que o karatê te deu?

Renata Borba: O karatê me deu muitas maneiras de olhar para mim mesmo. Maneiras de pensar sobre meu próprio eu para os outros e para a vida.  Cada treino, torneio, as aulas dadas e através dos meus alunos, me dá satisfação porque sei que estou crescendo como ser humano e contribuindo positivamente para a vida de cada um que passa pelo meu caminho, assim como aconteceu comigo nesses anos de prática.

Como é a preparação para cada torneio? Você faz algo especial?

Renata Borba: Acho que todo dia é uma preparação e devemos nos manter concentrados a todo momento.  Não faço nada de especial, mas mantenho a prática da meditação que aprendi com Shihan Filho. Me certifico de manter em equilíbrio (corpo e mente) não deixando fatores externos me afetar, e agradeço a Deus por me dar saúde para fazer o que mais amo.  Acho que o comportamento diário se reflete no torneio, porque a maneira com quem enfrentamos a jornada é o mais importante até a competição.

Como foi seu início no karatê?

Renata Borba: Comecei no karatê quando tinha 12 anos. Era algo que eu sempre tive vontade de fazer, mas minha mãe era contra, porque pensava que eu me machucar (risos). Mas consegui através do meu próprio trabalho pagar as aulas em um dojo em Conselheiro Lafaiete. Aos 13 anos, participei do meu primeiro torneio.

Por quê em torneios você sempre prefere kumite e não kata? 

Renata Borba: Eu competi apenas uma vez no kata, gostei, mas minha paixão e desejo sempre foi lutar (kumite). Meu foco era chegar ao topo do mundo e fazer isso por mim mesma.  No entanto, pratico kata no meu dojo e estou aprendendo novas habilidades que antes não enxergava em mim, me interessando mais por esse pilar do karatê kyokushin. Noto hoje, que o kata é a melhor maneira de realmente focar no “agora” e aprender sobre autocontrole. Preciso continuar trabalhando isso para progredir ainda mais no Kumite.

Por quê kyokushin e quem foi o seu primeiro sensei?

Renata Barba: Era o único karatê que eu conhecia naquela época e sou muito grata ao meu primeiro sensei, Eduardo Viana por me ensinar o caminho do kyokushin. Acho que o kyokushin karatê é motivador em muitos aspectos. O sensei Eduardo se doava muito para que seus atletas se tornassem bons competidores. Digo sempre que me tornei uma grande atleta de kumite pelo esforço e dedicação que ele tinha em nos fazer crescer.

Renata Borba campeã mundial na China.

Tudo que o sensei via de potencial em todos nós ele estimulava para termos garra e nunca desistir. Sou muito grata por ele ter compartilhado seus conhecimentos e suas experiências. Ele sabia nos apoiar em nossas dificuldades, sempre muito sensato e rigoroso. Agradeço a ele em especial, porque foi quem me moldou no início da minha jornada. Agradeço a todos os professores que me ajudaram a chegar onde estou e a ser quem sou!

Suas conquistas mais importantes no karatê?

Renata Borba: Sem dúvida, a conquista mais importante ser campeã mundial em 2018 em Shanghai na China. Também fui bicampeã sul-americana, oito vezes campeã brasileira, tricampeã paulista, tetracampeã mineira, campeã de várias copas Kyokushin e campeonatos interestaduais.

Alguma mensagem para quem gosta de praticar kumite?

Renata Borba: Eu amo kumite. Amo todas as sensações que sou capaz de sentir no momento do combate, a adrenalina que energiza o corpo e deixa a gente num estado de euforia e ao mesmo tempo o autocontrole que ajuda o corpo a se manter calmo e anestesiado perante o adversário. Isso é uma ótima maneira de construir o controle da mente e do corpo.  Eu ensino o kumite porque ele nos permite focar no autocontrole, contribui para o condicionamento físico, como a flexibilidade, a respiração, a postura e a coordenação motora.

Considero a parte mental uma das mais importantes trabalhadas pelo kumite, onde precisamos superar nossos próprios limites e isso faz com que no dia a dia conseguimos reagir a situações difíceis com mais clareza e controle. O karatê sempre começa e termina com cortesia, não adianta ser campeão nos tatames e não ser um bom ser humano. Concentre-se em aprender todas as virtudes e pilares do karatê kyokushin, então estará preparado efetivamente para a vida!

Fonte: Lafaiete Agora